terça-feira, 24 de dezembro de 2013



" Teus olhos."

   O que serei quando me tornar pó, e teus olhos não mais me verem? Eu jamais resistirei ao peso de ver todos me darem às costas, de sumirem do alcance das minhas mãos e dos pontos da minha visão. Que meus olhos ceguem, mas jamais se percam dos teus. Sempre ei de guardar teus olhos verdes, linda guria, tua alma já está cravada na minha, meus sonhos já estão entalhados na tua realidade, eu já sou parte de ti.

    Teu céu cobre meu rosto, desde o abrir dos meu olhos até o fim do mundo inteiro, do pôr do sol até o envelhecer das flores do canteiro. Há sempre algo no seus olhos que me diz que eu devo continuar, mesmo sem saber pra onde ir, algo no gesto e sorriso que me lembra que eu ainda estou aqui e estou vivo. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013




"A história em branco de um homem de coração bom."

    Estou tentando voltar a escrever minha história, mas meus dedos estão enferrujados e doloridos, num pedaço de papel velho eu vi escrito meu passado, um lugar tão longe e tão doído que posso sentir  uma ferida a sangrar nesse pedaço de folha com letras apagadas, pudera eu voltar lá. Pudera eu estancar essa chaga de mim, essa dor de quase ter vivido, de quase ter ido, de quase conseguir, de quase lutar, eu quase sonhei.

    Através de uma luz eu vejo os que não estão mais próximos ao toque das minhas mãos, essa luz faz arder meu olhos, percebo uma lágrima começando a brotar em mim, na alma, o corte que me sangra não é no corpo, o corte é na alma, a dor é além.


    Mas eu sou chumbo grosso, sou leão de titânio, tenho minhas aventuras na bagagem e meu blues na trilha sonora, mesmo com os dedos enferrujados eu continuo a escrever minha história, ninguém pode escrevê-la por mim, e eu não quero e nem me contento com ela em um papel vazio e irrelevante, jogado no esquecimento da biblioteca das galáxias e do mundo inteiro

quarta-feira, 9 de outubro de 2013



          Um coração fechado


    É um pouco difícil caminhar quando lhe arrancam tudo o que é amável,quando até tua alma insisti em abandonar teu corpo, tanto faz se é dia se é noite, tanto faz o que se faz ou deixa de fazer, tudo perde o sentido lógico se é que algum dia teve sentido, tu andas por aí com um lágrima contida no olho, uma imensa represa a ponto de estourar à qualquer hora, tu andas com o punho sempre fechado para mandá-lo na cara de alguém, depois te tantas porradas desferidas contra ti tu tens que aprenderes a se defender, então trancas teu coração com todo o ódio e rancor adquiridos ao longo dos anos, então deixas todo esses pertences malévolos, fechados em ti, destruindo tudo o que um dia belo, deixando monocromático tudo que um dia teve brilho e cor. Então tu percebes quão grande é a dor de ter um peito trancado, que ao passar do tempo, toda a podridão contida ali dentro corroeu tudo, tu olhas para dentro e só vê escuridão e um peito, agora, oco.

terça-feira, 23 de julho de 2013



                      Esse é o fim, não é?

    E no final tudo é dor, você acaba numa carcaça destruída, onde sua alma insisti em fazer morada, já que toda sua juventude lhe foi arrancada à força, você nem viu, mas os anos passaram, foi rápido, não é?
Você perde muita coisa pelos caminhos em que escolhe caminhar, e no final, você acaba ali naquele corpo obsoleto onde até tentar lembrar dos antigos tempos dói, mas não desiste, prefere andar como uma sombra cheia de escombros impregnados em si, por que não abandonar tudo e se incendiar de vez, ao invés de ficar opaco?

    No final, você se encontra sem ninguém, onde está os amigos de antigamente e toda aquela vitalidade jovem? Tudo se foi, parece que a história é escrita a giz, e qualquer sopro leva um punhado da literatura dos dias.

    Você tenta se apegar a qualquer lembrança, onde foi parar aquela guria a quem tanto amava? Onde perdi aqueles arranjos, guitarra e as letras? tudo parece perder o sentido, e se encontrar no fim de um poço fundo é uma dor que dilacera a alma com uma navalha afiada e envenenada, e qualquer memória é um estalo, é um tiro contra a alma - que já sangra descontroladamente.

    Você tenta não fazer planos, mas e os planos feitos em outrora? tudo se resumia em ser feliz, mas o planejado não saiu como o esperado.

    Hoje as drogas já não fazem mais efeito, não é? Seu corpo sente dificuldade até em respirar. A musica já não te faz pulsar, não é? Os sons do coração batendo incessantemente já é suficiente.

   Você tem tantos arrependimentos, de ter deixado amigos irem, de ter deixado o aconchego da casa dos pais, de interpretar um papel errado durante toda a vida, você nem chora mais, não é? Sabes que ninguém virá te consolar.

   De todos os deuses o Tempo é o mais cruel, ele deixar você entrar da festa, te dá a guria mais linda para valsar, mas na hora do beijo, a música acaba e sua dama lhe é tirada com a leveza de uma folha no vendaval, ele te dá uma chace e vários caminhos, mas você sabes bem que todos lhe levarão a um só destino, a caminhada é diferente, mas no final todos acabam como um baú, das memórias e recordações, e não adianta fazer birra, é chegada a hora.

    Quando você se olhar no espelho... Quem é você? Nem se reconhece mais, a mente começa a ter espasmos, é melhor mesmo não recordar.  "Quem é esse ser nostálgico com lagrimas nesses globos quase ocos? Eu não sou assim! " você quer pegar o Tempo pelo colarinho e socar-lhe a cara, mas quem é você? 

    Seus músculos estão enferrujados, quando o Tempo lhe deu a fúria e o ódio para o confrontar, ele lhe roubou as forças para brigar, e você se olha e num misto de resmungos e clamores brada, " Eu quero minha juventude, eu quero meus amigos, e quero aquela guria de volta, não me abandone, não me deixe só, eu quero o que me roubaram! " Mas não adianta, não é? O Tempo é soberano e cruel, você nunca terá outra chance.

   E ao final, depois de definhar até o ultimo suspiro vital, depois de perder quase que completamente o brilho e ficar opaco por completo, você queima como uma minúscula imensurável fagulha de luz, você alça voo nas asas de um passarinho, sem destino certo, o Tempo põe fim à dor, e ao alçar voo você deixa algo além de uma carcaça de carniça esbranquiçada e podre, fica uma vida feita nos solos em que andou.
Você correu para descansar, nunca imaginou como fosse passar depressa, foi rápido como um estalar de dois beijos, como um piscar de olhos dividindo você e o mundo, como um bater de asas do beija-flor, foi tão fugaz e efêmero, foi tão intenso e útil que o espetáculo poderia ter reprise, não é? Mas no final você conseguiu, não foi? Não sabe? O objetivo é andar e chegar ao final, somos lançados ao acaso, onde o começo e o final é um só, a trama é a mesma o que muda é o texto os personagens e a peça.

    No final, você sou eu.

sexta-feira, 10 de maio de 2013


           
    " O amor perdeu "           


   Eu cravei uma faca no peito, e deixei a ferida sangrar até não haver mais ar para respirar, o amor que eu tinha acabou, a humanidade está podre, cheia de corações trancados, não me resta nada além de trancar o meu, eu o deixei esvair em sangue até não mais pulsar.

   Eu vou para longe, aonde o amor, o rancor, onde nada pode me alcançar.

   Minha alma era a de um anjo, até ser corrupida pelo amor; drogas, bebidas, nada faz curar, pode até virar cicatriz, mas nunca cura.

    Me perdoa se algum dia você ver um zumbi - sem alma, sem amor, com magoas e rancor - andando por aí, eu me fiz assim, o mundo me talhou - com navalhas enferrujadas - assim, eu queria poder matar, mas não se mata a dor que está além.

    O seu sorriso não me pertence, e eu também não lhe pertenço, então não chore, eu sou assim sem sentido, sem razão, um astronauta sem luz e sem chão.

    Em algum lugar, deve haver o meu lugar, e meu amor deve estar lá, onde eu chegarei cansado, com um coração em pedaços, com lágrimas de ódio, com passos chafurdados no lodo da mais podre das nascentes - a do desamor - e mesmo assim ela vai me acolher, vai entender meus segredos, e defender os meus medos, e eu finalmente encontrarei o meu amor.

domingo, 7 de abril de 2013





                                 "Naquela noite eu vi."
   
   
    Naquela noite você disse me amar, mas agora entendo porquê não respondi o mesmo, você mentia enquanto eu que nunca falei de amor te amava do jeito mais profundo possível.

   Fuja pra onde quiser ou fique no mesmo lugar, atrás de você, eu não vou, nunca mais, eu aprendi a caminhar só. Estando só em meio a multidão eu  fiz de mim o homem que eu sou, com honra e sem glória, um alegre infeliz. 

    Quando fostes vi que meu peito estava mais frio e duro, meus olhos não haviam se umedecido, foi então que percebi que havia anos que não derrubava lágrimas, e assim seria até meu último sopro vital.

    Me falaram que homem não chora, então me olhei no espelho e vi alguns músculos enrijecidos, alguns pensamento formados, alguns corações partidos, e sonhos maculados e então percebi que não podia mais chorar, mesmo o choro sendo na alma eu não deixaria cair as lágrimas. 

    E foi naquela noite que vi o quê eu era e o que sou muita coisa mudou e muitas voltas se passou, posso estar um pouco mais triste, mas hoje sei quem é de verdade e aprendi a lidar um pouco mais com os de mentira.

domingo, 24 de março de 2013



                  "Amigo, é sempre sorriso" 

   E no meio das tristezas e das lágrimas, a milhas e milhas de distância, veio até mim uma flor de alegria, um sorriso, bem vindo à amizade.

    A nostalgia, mesmo doída pode ser boa.
           
 (Ps: Tudo na vida pode ser perdido, mas dou exceção aos amigos, os verdadeiros, mesmo brotando em solos de outros horizontes há milhas distantes, eles serão a seiva bruta que te fará frutíferar.)


                "Café! Novamente."


O café esfriou,
Mas quando quente
Me queimou.

As marcas do amor
Que vivemos
Na vida, fez-se partida
No adeus que te deixei.

Na serenidade
Declarávamos guerra.
Eu, um soldado sem lança;
Tu, um exército de escudo.

Me pergunto:
"Porque não tentas mais uma vez?"
"O café esfriou, e na solidão é meu lugar."
Me respondo.

Um garçom (destino) vem em minha direção:
"O que desejas?"
"Café quente, por favor."
"Dentro de instantes trazer-lhe-ei."
"Tenho pressa, necessito me queimar,
Sangrar por um novo motivo, 
com novas queimaduras."
"Acalme-se senhor! O café virá,
Mas quando estiver em estado de consumo."
"Eu aguardo, novamente."

Eu espero pelo café,
Novamente,
Como quem anseia
Por um sopro vital.

sábado, 23 de março de 2013


"Carta de alguém sem ninguém á alguém com alguém"


    De todas as batalhas que perdi essa ainda me dói, eu vejo a luz e ela não ilumina, ela cega, eu que nunca soube onde ir me encontro mais perdido que antes, andei pelas ruas e vi o que era o nosso lugar, o corte continua a sangrar e não vai parar tão cedo. Eu entrei em outras, mas não senti nada além de um prazer mórbido. Onde está você? Que eu jurei nunca perder, e me escapou pelos dedos.
    
    Eu bebi, ate cair e caí,  até esquecer... E não esqueci. Me droguei até apagar e apaguei, ate viajar... E não viajei.
    
    A dor lateja e bate forte, estou perdido sem sul nem norte. Em todo lugar te encontro, em salas, em fotos, em bosques, em músicas... Agora sei porquê é amor, por que dói, por que eu não quero te querer, mas quero-te.
    
    Eu te encontro ainda em meus sonhos, eu me aperto no teu abraço, e grito aos ventos que te amo, mesmo sem você me ouvir. Quero que esteja feliz, mesmo você se perdendo de mim, mas queria, eu, ser argumento do teu riso.

    Espero te esquecer, mas enquanto não esqueço, posso te ter nas lembranças e no meu passado.

sexta-feira, 22 de março de 2013













            "As andanças do eu andarilho\astronauta"

    Eu ando e vivo andando, em cada novo mundo que não conheço, eu sou um astronauta sem lugar, todo lugar é meu, sou um astronauta sem nave, qualquer coisa me leva a navegar. Eu me perco, me encontro, me espedaço e me remonto, hoje em dia tenho poucas peças originais, elas foram embora em cada ser que passou por mim e as levou e deixou as que hoje eu carrego em mim, no final de tudo eu acabo me montando e assim eu passo a não ser só eu, eu crio vida em cada peça que ficou espalhada nesse vasto mundo, e deixo as novas peças criarem vida em mim, aí eu acabo me transformando nesse batalhão ambulante de um só homem, só.

    Nem sei se eu sou alguma soma de adição para alguém, mas cada um ou uma que vejo, que vivo, que sinto, ou até mesmo que imagino somam para mim. Nem sei se esses cálculos todos da minha ciência vão me levar a algum lugar ou a lugar nenhum.

    Feridas? Acho que carrego algumas, das quedas, das pancadas que a vida me deu, dos amores que vivi, do amigos que perdi, mas ainda estou aqui, é sempre assim caio me machuco, mas logo tudo se cicatriza, é só ter um pouco de calma e a alma se regenera.

    Andei viajando muito nos meus achados e perdidos, ali naquele sala escura e empoeirada se encontram tudo, os amigos perdidos e os que acabei achando, os que se foram, fizeram as malas e saíram sem nem dizer adeus, foram deixando o perfumo de algo bom, os que achei, vieram nas asas do vento as vezes presentes diante dos meus olhos e eu sem óculos para vê-los, mas acabei os achando, talvez os perca também, mas eu quero viver o agora; os amores que perdi voltam como alucinações diluídas em drogas que usei ou como assombrações em ruas e pátios que ando e passei, já os amores que achei... Eu não achei.

    Andei sonhando com o futuro, é hora do astronauta viajar de novo, conhecer outras galáxias, viver novas aventuras, ver o distante se aproximar, ver o rancor voltar a ser amor, é a vez de vencer muralhas é batalhas, é hora de afiar as lanças para lutar. Agora eu ressuscito com uma nova alma, com olhos mais lúcidos, ouvidos mais aguçados e um faro mais atento.  

    Eu andei muito e vi que tenho muito para andar, muito para viver, tenho sonhos para se fazer, tudo é efémero e daqui a pouco terei asas e os pés estarão feridos sem ter como andar.

quarta-feira, 20 de março de 2013




    
  "Sombria vendetta"
                       
    Eu quero ver seu choro, uma lagrima rubra cair, eu quero ser uma lâmina afiada a te ferir, quero acabar com tudo que um dia foi belo, que vá o dia claro e venha uma chuva fúnebre e sombria, que os ventos uivem a chegada do manto negro que te levará de mim.

    O ódio agora é pungente, nada salvará, nada protegerá, vou entrar e destruir toda podridão impregnada em vossa alma, quero sentir o gosto de vendetta, que o seu sol escureça, seu mal agora é sua maldição. Gritei aos cães para farejarem seus rastros, onde passastes deixara o odor fétido de teu espírito, e que devorem até seus últimos gritos, clamando perdão.

    Bem se aproveitou do sangue que roubastes de mim, eu o quero de volta e vou atrás, estou sedento, preciso voltar a pulsar. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


                         "Tire o escudo."


    Ei guria! Já podes tirar o escudo, olha em volta estamos sós - eu e você- , pode deixar o brilho dos seus olhos servir de farol para guiar os meus, não precisa do escudo, estou de mão limpas não vou causar cicatriz que não se possa curar. 
    Ei guria! Tira o escudo, ele me feri mais que a lâmina afiada da espada.

domingo, 10 de fevereiro de 2013


"Me escute guria"


Olha! já não somos crianças.
Então guria,
Não brinque com minha esperança
Como em outrora fazia.

Olha! carrego cicatriz.
Então guria,
Dessa fez me faça feliz
Com seu riso que contagia.

Olha! tenho sede de vida.
Então guria,
Não faça ferida
Que não fecharia.

Olha! tenho sonhos.
Então guria,
O amor que disponho
É sonha-lo de dia.

Olha! eu te amo sem igual.
Então guria,
Não me faça mal
De jeito que não curaria.


sábado, 19 de janeiro de 2013


               
               ''Não ame''

    Nunca ame, nem que tenhas que arrancar teu próprio coração com uma faca selvagemente afiada. Qualquer dor por maior que seja ainda é microscópica diante das lentes do amor.
   Não ame independentemente de qual seja o tamanho do seu amor nada será recíproco a ele, poderá até ser maior, mas em proporções diferentes, o amor é uma doença que cresce no mais vil dos seios e sempre gera os mais desgraçados resultados.
    Não ame pessoas elas te trairão, te virarão as costas, te magoarão, te iludirão... Ah! E o desgraçado amor te fará as perdoar, ele fará a doença voltar a te atingir. Não ame coisas o tempo as destruirá, elas perderão o valor e cairão no esquecimento. Não ame animais ou plantas é falsa a ideia de que eles te entenderão.
    Nutra o amor por si mesmo, somente você depende de si. 


                      ''Esmurre as paredes.''
   Todos nós carregamos chagas na alma que insistem em peranbolar pelos lugares mais sombrios e doloridos dentro de nós, elas nos proíbem de falar, de cantar, de gritar; e dar vazão a qualquer dor é aumenta-la ainda mais.

   Não conseguimos dizer adeus, sabemos que em alguma hora teremos que dizer um dilacerante ''seja bem vindo'' para o que nos espera, temos medo do que é novo, de respirar novos ares e ferir nossos pulmões, não queremos desistir e nem continuar, a essas horas a fé já se foi, ela é uma escada de enorme fragilidade, mas os degraus dessa escada é tudo que se tem para fugir com a honra e o peito intacto.
Feche seus punhos soque as paredes até o ultimo ar vital te fazer ter forças, as paredes desmoronarão aos poucos, e do outro lado haverá o sol, a luz, o brilho sempre alheio á seus olhos, nunca desista de esmurrar as paredes que te prendem dentro de tudo que é ruim.
   Chegará o dia em que veremos as chagas sãs, e as sequelas servirão como lições.