quarta-feira, 26 de dezembro de 2012



         
             Teu silêncio agora é paz

   Eu queria eu rezei para ficar, mas agora não quero mais. Esse sangue respingado nas paredes significa que minha raízes desfincaram-se da terra que produzia uma seiva maldita e venenosa. Seu rímel borrado me traz satisfação, finalmente fui recíproco a toda dor que deveras me causaras.
   Suas palavras agora jaz num recanto solitário e acerca de ti outros tantos iguais estão calados, seus lábios jamais poderão proferir o que tanto feriu, um peito agora oco.
   Decreto com minhas próprias mãos teu (nosso) fim, já não dói tanto me despedir do mau deixando teu nome e toda tua história escrita numa pedra fria, o que condiz com seu coração - gélido e sem emoção-, onde não ouvirão teus insultos e nem teus gritos.
   Ambos somos assassinos; tu arrancastes meu coração, deixando me respirar, e em troco destruí o teu, a proibindo de viver.





             Estrada da desilusão

   Eu já cansei de sempre estar com o coração partido ou com uma nova cicatriz a se formar, parece que estou em uma constante guerra sempre esperando da onde e quando virá o próximo ataque, sempre armando meu ódio ao peito de alguém antes que o meu seja atingido, mas sempre sou o que cai primeiro, pois sou fraco para conseguir rebater com a mesma força á qual sou afetado.
   De tanto acreditar perdi a fé, não é pedir demais que tenham amor, que sintam, todo ódio e repulsa vem da dor lancinante de uma punhalada infectada com o mais vil dos venenos - a decepção -. Não sou nenhum dejeto para ser descartado aos restos assim tão meramente, eu e o mundo temos um mundo em cada um, que sem chances não pode criar vida. 
   Há anos parei de rezar, parei de pedir ao vazio que preenchece o meu eco interior, dói platonicamente esperar algo de que julgo real, não conseguiria continuar esperando algo do abstrato.