quarta-feira, 15 de agosto de 2012




               "A dose que embriaga um sonho"


É tarde e madrugada,
Vejo a cidade parada,
Acendo um ultimo cigarro
Vendo o movimento dos carros.

Tento lembrar-me das estórias,
Reavivar as memórias,
As honrosas vitorias de glórias.

Aqui é formidável a falsidade,
Pessoas morrendo sem verdades.

Choros sem lagrimas
Sobrepõe a tristeza
De seus carmas
Que machucam sem certezas.

Nesta dose me embriago
E novamente apago 
Meus sonhos,
Com os mais aos quais me disponho.

sábado, 11 de agosto de 2012



                  "Ah! A existência intangível do amor."

    Eu não sei que prazer mórbido é esse, que cada vez mais se perpetua em mim, um prazer de estar no frio e deixar-se congelar, de sentir um amor tangível e em insistir em suicidá-lo. Dizem que viver é para quem pode não para quem quer, não posso e nem quero, é uma questão de cólera imensurável, é como se eu me afogasse na mais límpida água, insistindo em sentir sede, assim afogo-me nesse amor.

    Não sei amar, ninguém sabe, não gosto de generalizar, mas se eu falasse que alguém o sabe, seria como falar que os contos de fadas são baseados em fatos reais, o amor é nada se não uma fantasia que se impregna em nossa alma, nos usando como cães farejadores, eu farejo em cada canto um pedaço disso que dizem ser amor, mas continuo em passos retrógrados que me levam sempre ao mesmo lugar, eu ando em círculos e mesmo sabendo continuo a correr até meu ultimo suspiro me fazer pensar.

    O amor é um atalho que deveria ser rota principal, ele leva aos lugares mais recônditos estando ao nosso lado, ele é aquela cratera que se abre no peito não para ferir, sim para abrir espaço para mais um coração, ele é aquele solo de guitarra que sangra meus dedos, mas que insisto em fazê-lo para ouvir sua melodia mais uma vez, ele é o “só” que espera o “nós”, é um planeta – sem chão, sem vida - abstrato à terra, que se nutre em nossa psique, ele é a nada que se faz necessário, ele é o irreal que se faz plausível às mãos do vento e aos olhos d’alma.  

    O amor é uma coisa de loucos, mas prefiro louco a dois a sensato a só.             

quarta-feira, 8 de agosto de 2012





       “Ao espelho: 
                           Pode condenar, já que sabes toda minha historia.”


    Tu sabes quantas vezes sangrei meus tímpanos ouvindo a musica - um desgraçado enredo mórbido - que fala dos meus caminhos sobre vales escuros, que obscureciam minha alma, fazendo meu pulsar limitar-se a mim, meu escuro, um muro a dividir o mundo de mim, o deserto dos jardins. Eu era pura escassez, mas ainda havia um oasis que gritava aqui.

    Diga que sou ruim. Tu sabes bem quantas vezes feri os dedos e sacrifiquei madrugadas, perdendo a calma, na busca do solo que expelia sentimentos e elevava a alma. Quantas vezes escrevi – a pulsos de sangue – minha historia, em letras ordinárias sem muitos emboços.

    Fale do meu caráter. Tu sabes bem quantas vezes diante a um espelho, vi minha alma maculada de rubro, estive procurando uma fagulha de amor, que matasse a sede, e apagasse a lareira que luzia em ódio e rancor, vi meus olhos com um brilho intenso de solidão. Já estive a margem de meu ser, com um precipício como paisagem, onde um passo a mais era um mergulho ao infinito.

    Condene meu futuro. Tu sabes bem, a estrada que escolhi caminhar, quantas vezes calejei meus pés por tais escolhas, as caronas que pedi e recebi poeira em troca, os tropeços que levei por errar a reta e caminha em selva.

    Discurse sobre minha tristeza. Tu bem sabes, dos amigos que deixei para traz, e os que perdi por um triz, que sumiram como pó de giz ao vento, deixando-me no desatento isolamento, gritando como um ser em vil demência que se perde de si. Aprendi tão bem a sufocar o choro que quanto ele vem à tona é expirado antes mesmo de surgi por completo.

    Eu sei que o que tu sabes é segredo, que provocaria até nos mais ordinários dos seres um sentimento avassalador, terrivelmente desprezível de abominação, repugnância, nojo, medo, ódio, rancor. 

               Tu bem sabes o que se esconde sob esses escombros.       

sexta-feira, 3 de agosto de 2012


                        

                                  “Um livro sem nada”

    Seja bem vindo à selva, de seres animalescos, sem pudores, sem escrúpulos, sem respeito, sem honra. Eu tenho visto este mundo caminhar um passo a mais a cada dia, a cada dia que amanhece a cada dia que a aurora aparece, um passo rumo ao abismo, usando do egoísmo como arma, e os outros como alvos. O que o sol, como um farol ilumina, não traz luz aos meus olhos, seres pedindo singelas esmolas de um brilho do amanhã.

    Era um livro em branco, sem historia, sem gloria? - aquele ser que eu vi jogado ao chão – passou como um cometa, e caiu em outra estação, sem levantar poeira aqui. Qual sua herança? Uma historia de lastimas e esperança, que em mim pesam como chumbo nas costa de uma criança. Era mais um que morreu mortal, sem deixar nada que fosse eterno. O dia virou eternamente escuro, alguém apagou a luz, a sua luz, o que foi um muro - seus sonhos, amores, recordações, pesadelos, magoas, insatisfações – a ser escalado agora implodiu, caiu ao chão, virou pó.

    Ela pediu um gole amais, que repousa num corpo sem paz, que agora jaz, um gole para aplacar a dor, de ser um brilho sem cor. É mais uma noite, mais um estranho, mais um risco que risca da memória uma bela historia. Não sei se ela queria fugir, ou apenas um motivo para sorrir, mas o mau nela se reproduz de maneira avassaladora. Vê-se no espelho, a imagem que nele se reflete não lhe causa medo nem ânsia, como em outrora, o que era segredo foi esquecido num baú a distancia, metamorfoseou em mais um abalo nesse eco mundano, e sua alma abala-se ao estalo de um maldito coração.

   Eu via tudo e ao mesmo tempo nada enxergava, eram seres distintos e tão iguais, gritavam ao mundo com berros sangrentos, escreviam suas trajetórias com tinta rubra - de sangue -. Nesse planeta não se importarão com sua cólera, assim como nunca se importaram.  Não quero que seja um a mais, quando passar a ser um a menos.                 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012




                        "Qual o preço de um sorriso?"
    
    Hoje não vou dormir, ainda estou esperando sua resposta, na bela forma de um sorriso que só se revela na linda face do seu rosto. 
    
    Embora os dias passaram, o meu sentimento é o mesmo - indecifrável -. Embora não se lembre do que disse, ainda lembro-me de suas palavras planejando um futuro para ti, e as minha procurando algo para dizer, para mentir.
    
    Diga-me algo favorável; aos meus sonhos, às minhas palavras, um sorriso basta, matará a sede de ti que afoga-me em saudade. Mesmo que eu não saiba o que é, é algo a mais que um vil sentimento, é algo alem da minha fé.

    Não quero boas lembranças de alegres crianças, mas, sim algo meu que se eternize em ti, nem que seja um singelo verso.  

    Somente dessa vez dê-me um sorriso teu para matar esse sentimento meu, que de tão voraz me tira, noites, e minha paz.